Ouça: Fulvio de Mattos Interpretando “José”
(Paulo Diniz - poema de Drummond)


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MPB em Foco

Enriqueça seu conhecimento sobre a MPB com informações selecionadas por mim que todo amante da música brasileira vai adorar saber!
 

Elomar


Baiano de Vitoria da Conquista, nascido em 1937, Elomar teve contato na adolescência com os menestréis e cantadores itinerantes do sertão. Em Salvador, estudou arquitetura e música erudita e, da junção de sua formação acadêmica com a da juventude, desenvolveu um estilo único. Foi nos sons da península ibérica medieval que Elomar vislumbrou as origens da cultura do sertão nordestino, tanto nos aspectos propriamente ibéricos como nos traços árabes. Construiu, então, sua obra com base em duas sínteses: Entre o erudito e o popular e entre o medieval europeu e o sertão nordestino atemporal.

Sobre a música Cantiga de Amigo:

Já pelo titulo, essa música remete às influencias medievais que fazem o universo poético-musical de Elomar ser tão peculiar. Cantiga de amigo se aproxima dos versos medievais na temática, ao abordar a ausência da pessoa amada. Mesmo na forma, versos como “madre amiga é ruim/ me mentiu jurando amor que não tem fim” se assemelha a obra de autores portugueses. Essa canção trovadoresca aparece em seu primeiro disco,... Das Barrancas do rio Gavião(1972), algo em que também estão OVioleiro e O Pedido, outras músicas de relativo sucesso. O toque característico de violão em geral com afinação distinta da convencional, reforça a melodia do canto – mais um traço medieval. Aqui diferentemente de boa parte da sua obra Elomar não canta em ”sertanês” – o dialeto próprio de suas composições.


 Texto retirado da revista Bravo! 
Edição especial 100 canções essenciais da Música Popular Brasileira




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Raul Seixas


Em entrevista ao Pasquim em 1976, Raul Seixas fala sobre o seu primeiro álbum, gravado clandestinamente quando trabalhava como produtor na CBS, o que lhe rendeu uma demissão e a retirada de todos os discos das lojas. Pouquíssimas cópias foram adquiridas, transformando o disco original em uma raridade.



 
Confira um trecho da entrevista:


Raul Seixas - "(...) Era um disco que mostrava o panorama atual, o que tava acontecendo, o caos daquela época... eu gravei jazz com the fevers, marchinhas. Guilherme Araújo acha que o disco é precursor dos Novos Baianos. `um disco bem brasileiro, sabe?"


   Texto retirado do livro O Som do Pasquim



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Deste mesmo livro supracitado podemos destacar trechos de uma entrevista com o Rei do Baião:


Luiz Gonzaga


"O PASQUIM - Mas você só compunha e gravava. Você nunca trabalhou na vida?
GONZAGA - Eu? E fazer show, carregar sanfona nas costas? E pular de bonde andando com sanfona na mão e pegar bonde andando com sanfona na mão, não é trabalho?"


" O PASQUIM - Naquela época "Respeita Januário" você fala no velho Jacó. Ele existiu mesmo ou foi só pra rimar?
GONZAGA - Não, o velho Jacó existia. Era nosso vizinho. Era muito encrenqueiro. Bebedor de cachaça. Era um derrotista, não acreditava em nada. Até os 18 anos eu fiquei ali acompanhando meu pai na roça e nos forrós. Onde ele ia eu ia pra ajudar o velho até que eu arribei. Cai, entrei no ôco do mundo até hoje."


" O PASQUIM - Você disse que tinha um entusiasmo muito grande por Lampião. Você chegou a conhecer o grupo?
GONZAGA - Não.


O PASQUIM - Você teve vontade de ir pro bando?
GONZAGA - Tive loucura. Eu era doido que Lampião passasse por Araripe pra eu seguir o bando. Quando deu-se um grito: Lampião vem aí! As famílias todas foram pro mato e eu fui sob protesto. Ele precisava de um sanfoneiro, de um menino de chapéu de couro fazendo bonito e tirando retrato."

 
Espaço em construção!
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